segunda-feira, 14 de julho de 2008

Amarga candura do sonho

Não consigo mais viver de ilusões,

Sonhar que te tenho.

Se eu ao menos soubesse quem és.

Se conhecesse teu rosto, teu espelho,

Se soubesse como é a tua voz. A teus pés,

A teus pés juraria tudo o que quisesses.

Mas não, tu não existes, e eu sim.

Tantos são já os anos que te procuro

Que julgo estar a chegar a um fim,

A derrota do meu futuro

De tudo o que existia em mim.

Noite e dia imagino romances,

Agarrado à minha almofada.

Sou uma formiga no meio de elefantes,

Constantemente a ser pisada.

E tu não vens, e Eu enlouqueço,

Preciso tanto de ti,

Será que não te mereço?

Será que o bastante ainda não sofri?

Já não sei a que Deus peço,

Nem sei se só morrerei,

Pois já perdi o endereço

Da vida que vivi,

E agora lento envelheço

Num banho de dor sem ti

Que nem sei se És ou existes.

A rapariga dos meus sonhos.

Nunca te vi, nunca me viste!


06/07/1999  C: 10:43 h ; A: 11:00 h

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