segunda-feira, 14 de julho de 2008

Amorphos


O tempo que em mim passa fugaz

Parece-me eterno,

Não sei o que mais me apraz,

Verão ou inverno.

Vejo a sombra de um prédio que se move

E eu aqui parado,

Não sei se faz sol se chove

Naquele longínquo prado.

Não sei quem vive nem quem morre,

Estou aqui fechado,

Ao desterro condenado.

Somos invisíveis aos vossos olhos

Impensáveis as vossas mentes,

Tão iguais

E no entanto tão diferentes.

Faço tempo, escrevo para não pensar,

Pois se penso, cabeça de vento!

Quem sabe onde vou parar.

Descanso, durmo, não!

Não mais me quero revoltar.

Não consigo mais lutar

Apenas vou viver

Para apenas o tempo passar.


22/06/1999 C: 16:14 h; A: 16:27 h

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