sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ceifeirinha

Finalmente encontrei

Um sitio onde posso ser feliz

Já que ninguém me quer,

Já que ninguém me quis.

Até os meus próprios pais

Me deixam infeliz,

Ao tentarem fazer-me feliz,

Não gostam de como me visto,

Não gostam daquilo e disto,

Mas eu amo-os de mais,

Para tentar mudar o disco.

Deixa-lo tocar em quanto viver,

Pois ele á de mudar ao envelhecer.

Não quero guerras, odeio conflitos,

Só quero o amor da milha família,

Pois em outros já não acredito.

O meu fado sei qual é :

Viver isolado num sopé,

Numa serra, numa montanha,

Ficar á espera da gadanha

Que trás ao ombro a ceifeirinha ,

Para ceifar a vida minha.

Ceifeirinha quem és tu

Morte nome pérfido,

Usa o eufemismo,

E vais a caminho do céu eclésico.

Ó ceifeirinha, ceifeirinha!

Já levas-te tantas, porque não a minha.

Não ou talvez sim, deixa-me viver a vida,

Pois ela ainda é minha,

Ainda não te pertence a ti.


11:00  25/08/1997  Escadas da igreja de Mareco

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