segunda-feira, 14 de julho de 2008

Bruma Longínqua

Que saudades eu tenho

Dos tempos do sonhar

Em que escrevia com engenho

Sem em nada pensar.

Não pensando ou talvez sim,

Pois o tempo foi passando,

E eu já não me lembro de min.

Que saudades da inocência

Que nunca foi inocente

Mas que ao menos tinha a decência

De não pensar cientificamente.

Pensar, sempre pensei.

Penso eu!

Que o assim não sei.

Pois pensar diz Descartes

Que começa tarde,

E eu cedo comecei.

Tão cedo que ainda sou uma criança,

Mas já em min pesa a lembrança

De um passado que odiei.

E se já se me apaga a esperança,

É então certo que não mais o esquecerei


20/01/1999 14:00 h

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