Que saudades eu tenho
Dos tempos do sonhar
Em que escrevia com engenho
Sem em nada pensar.
Não pensando ou talvez sim,
Pois o tempo foi passando,
E eu já não me lembro de min.
Que saudades da inocência
Que nunca foi inocente
Mas que ao menos tinha a decência
De não pensar cientificamente.
Pensar, sempre pensei.
Penso eu!
Que o assim não sei.
Pois pensar diz Descartes
Que começa tarde,
E eu cedo comecei.
Tão cedo que ainda sou uma criança,
Mas já em min pesa a lembrança
De um passado que odiei.
E se já se me apaga a esperança,
É então certo que não mais o esquecerei
20/01/1999 14:00 h
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