sexta-feira, 11 de julho de 2008

Deixem-me morrer

Deixem-me, viver minha solidão

Já que morrer não consigo,

Deixem-me ser um miserável cão.

Esta vida não vale nada,

Tal como eu também não

Atirem-me para a sarjeta

Façam de mim um cabrão.

Sei que sou miserável,

A minha vida é uma peta,

Mas que ninguém tente enganar

Esta velha cabeça .

Tenho asas para voar,

Mesmo dentro de uma gaiola

Minha alma ninguém vai parar

Pois esta já não mais é tola.

Já foram quinze ou dezasseis,

Que este corpo viu passar,

Mas a mente que tenho

A estes não se pode comparar.

Foram quinze ou dezasseis,

De puro odiar,

Do mundo contra mim,

De dor a ruminar

Medo já não tenho

Do que para a frente possa estar

Tenho apenas medo

De já não saber amar.

A minha sensibilidade,

Tenho medo de perder,

Pois a dor que tenho dentro de mim

Não consigo conter.

Dezasseis anos de sofrer,

Para uma semana de alegrias,

Que ei de eu fazer,

Se acabar assim os meus dias .

E se ninguém me quer ajudar a viver,

Então em paz,

Deixem-me morrer.


12/06/1997

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