Deixem-me, viver minha solidão
Já que morrer não consigo,
Deixem-me ser um miserável cão.
Esta vida não vale nada,
Tal como eu também não
Atirem-me para a sarjeta
Façam de mim um cabrão.
Sei que sou miserável,
A minha vida é uma peta,
Mas que ninguém tente enganar
Esta velha cabeça .
Tenho asas para voar,
Mesmo dentro de uma gaiola
Minha alma ninguém vai parar
Pois esta já não mais é tola.
Já foram quinze ou dezasseis,
Que este corpo viu passar,
Mas a mente que tenho
A estes não se pode comparar.
Foram quinze ou dezasseis,
De puro odiar,
Do mundo contra mim,
De dor a ruminar
Medo já não tenho
Do que para a frente possa estar
Tenho apenas medo
De já não saber amar.
A minha sensibilidade,
Tenho medo de perder,
Pois a dor que tenho dentro de mim
Não consigo conter.
Dezasseis anos de sofrer,
Para uma semana de alegrias,
Que ei de eu fazer,
Se acabar assim os meus dias .
E se ninguém me quer ajudar a viver,
Então em paz,
Deixem-me morrer.
12/06/1997
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