sexta-feira, 11 de julho de 2008

Crescer

Por vezes achamo-nos perdidos,

Outras perdemo-nos encontrados,

Pensamos que temos amigos,

Que não podemos ser caçados,

Mas a vida disto se trata.

Predador que não mata.

Acaba por morrer.

Predador  imortal,

Que jaz e torna a morrer,

De uma fome animal ,

Que não pode conter.

Coração não o tem,

Bom já foi,

Mas agora matou a mãe,

Consciência nem lhe dói.

Consciência nem a tem.

Alimentas-te de sombras,

Na noite escura vives,

Já não conheces a dor,

Mãe de tuas raízes,

Mãe de um pecador,

Que mesmo morta ainda vives.

Dor, mataste meu corpo,

Corrompeste minha mente,

Mais forte sou que tu,

Conseguirei defender-me.

Não me tentes desafiar,

Fui eu quem te criou,

Ensinei-te o que estás a usar,

Subestimaste quem eu sou.

Desafias-te a existência,

Teu reinado acabou.

Outróra controlado,

Agora controlador,

Acabou-se o teu reinado,

De angustia e de terror.

Fica atenta sempre à espera,

Que um erro eu cometa,

Porque quem espera desespera,

E eu fartei-me de ser marioneta,

Nas mãos de quem me quer mal,

Bem diz querer,

Aprendi a ser chacal,

A rir ao ver-te morrer.

Para me vingar de ti;

Espalhei a palavra ao vento

Para ás nuvens contar,

Choveu e fez mau tempo,

Para gota a gota

A mensagem espalhar.

De mar em mar foi passando,

Praia em praia navegou,

Aos sete cantos encalhando,

Por todo o mundo se espalhou

Mensagem tão Alegre:

Teu reinado acabou.


 02/10/1997

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