Por vezes achamo-nos perdidos,
Outras perdemo-nos encontrados,
Pensamos que temos amigos,
Que não podemos ser caçados,
Mas a vida disto se trata.
Predador que não mata.
Acaba por morrer.
Predador imortal,
Que jaz e torna a morrer,
De uma fome animal ,
Que não pode conter.
Coração não o tem,
Bom já foi,
Mas agora matou a mãe,
Consciência nem lhe dói.
Consciência nem a tem.
Alimentas-te de sombras,
Na noite escura vives,
Já não conheces a dor,
Mãe de tuas raízes,
Mãe de um pecador,
Que mesmo morta ainda vives.
Dor, mataste meu corpo,
Corrompeste minha mente,
Mais forte sou que tu,
Conseguirei defender-me.
Não me tentes desafiar,
Fui eu quem te criou,
Ensinei-te o que estás a usar,
Subestimaste quem eu sou.
Desafias-te a existência,
Teu reinado acabou.
Outróra controlado,
Agora controlador,
Acabou-se o teu reinado,
De angustia e de terror.
Fica atenta sempre à espera,
Que um erro eu cometa,
Porque quem espera desespera,
E eu fartei-me de ser marioneta,
Nas mãos de quem me quer mal,
Bem diz querer,
Aprendi a ser chacal,
A rir ao ver-te morrer.
Para me vingar de ti;
Espalhei a palavra ao vento
Para ás nuvens contar,
Choveu e fez mau tempo,
Para gota a gota
A mensagem espalhar.
De mar em mar foi passando,
Praia em praia navegou,
Aos sete cantos encalhando,
Por todo o mundo se espalhou
Mensagem tão Alegre:
Teu reinado acabou.
02/10/1997
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