segunda-feira, 14 de julho de 2008

Não sei

Penso.

E porque penso tanto,

Não presto atenção a nada,

A tudo, só canto.

Penso, e penso tanto.

Porque os outros não pensão?

Como prestam eles atenção?

Como conseguem concentrar-se

E eu não?

Não entendo nada, tudo.

Vivo numa estrada, mudo,

Sem voz, ninguém

Atroz, também.

Não sou, não sei.

Não quero, não dei.

Não!! Estou farto.

Quero dormir na cidade

Se não posso trabalhar no campo,

Estou farto desta ansiedade,

De caminhar para o pranto.

Já não sei em que acredito,

Se no que sei,

Se no que medito.

O que medito é meu e sei-o

O que sei, não o sei

Pois foi meditado por alguém.

Mas se sei o que medito

E não sei o que sei,

Então não sei nada,

E sei-o bem.

Talvez não vivi, e calei.

Ou talvez vivi, e gritei.

Já não sei.

Não sei.


22/03/1999

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