sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vertigem

Infortuna sorte

De quem não sabe viver.

Desejo a morte

Para quem está a escrever.

Nasci em vão

Para em vão escrever.

Mas os meus desejos são

Apenas morrer.

A vida core num passo lento

Enquanto a alma morre

E eu tento

Viver, mas não consigo.

Pois já à muito tempo

Que acabei comigo.

Dei-me ao vento,

E suicídio psicológico cometi.

Agora a carne já não vive,

Não sem ti.

Sou apenas um bocado de carne

Ambulante e não pensante,

Sonho poder sonhar,

Sonho morrer

E sonho ficar.

Sonho não crescer

E jovem continuar.

Mas o que mais me esta a apetecer

É a tenra idade voltar.

Sonho viver

Sonho ficar.

Mas quero morrer

Para não mais chorar.

Não pedi para nascer

Nem para viver.

Mas se cá estou.

Porque não me deixam morrer.

Por favor! Quero paz.

Não sei crescer

Não sou capaz.

Já fui velho e jovem

Mas só pergunto:

Porque a mocidade não me devolvem?

E enquanto vocês se decidem

Se morrem ou se vivem.

A insanidade toma posse de min

Numa alucinante vertigem.


13/03/1998

C 8:40 h  A 9:20 h

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