Feliz! Porquê?
Porque é que até
Nos momentos mais felizes
Estou sempre triste.
Porque é que um sorriso nunca é puro
E a minha alma sempre desiste.
Quero chorar, mas não consigo.
Insanidade esta que não desiste!
Porque é que eu me preocupo em escrever?
Não me apetece!
E porque é que só penso em morrer?
Não é por isso que a alma esquece!
E porquê o porquê?
Porque é que eu não aceito o que sou!?
Não sei. Não sei nada,
E nada quero saber,
Só sei que é uma estrada
E que eu ainda estou a crescer.
Mas estou a crescer cansado,
Cansado de tudo o que me rodeia,
Apático, revoltado, enigmático, chateado.
Tudo. Todos os sentimentos imaginários
Vivem dentro de mim em todos os segundos,
Porque sou assim?
E porquê outra vez o porquê?
Estou tão farto de mim,
De tudo! Tudo! Cansado.
Pura e simplesmente cansado.
Tudo dentro de mim está inverso,
Mas nada esta inverso porque sou tudo,
E é talvez por isso que pareço
Um tanto ou quanto maluco.
Maluco na esperança
De esperar a perfeição
Em tudo o que acontece
Num vagabundo coração.
E é assim nesta corrida para a frente
Que sou o mais rápido
A correr para trás.
E é talvez por existir tanta gente
Que aqui o Sérgio já não sabe o que faz,
O que diz ou medita,
Mas talvez seja isso
Que torna a vida mais bonita.
Uma seca é para voz,
Todos os que lêem os meus poemas,
Pois os temas são sempre país e avós
Da dor, solidão, insanidade, e coisas terrenas.
E é por isso que hoje vou ser diferente!
Como é belo viver! Os campos, os prados,
Tudo é tão belo e natural.
O amor, o cheiro das flores.
O canto de um pardal;
Tudo é tão belo
Tão belo e natural.
Quão feliz é o som da água a correr,
A harmonia dos montes que se seguem.
Mas o melhor. O melhor
São as coisas que todos conhecem,
Aquilo a que todos se referem!
30/03/1999 Terras do Bouro 21:30 h
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