quinta-feira, 3 de julho de 2008

Amanhã é dia de escola

Amanhã é dia de escola

Arranjo os livros

Pego na sacola

De mala ao ombro

Lá vou eu

Apanhar o camafeu.

Vou para a escola

Bem sentado

Fones nos ouvidos

Walkman ao lado

Estrada fora Lá vou eu

Dentro do camafeu

O trânsito já aperta

Peço a Deus que não perca

A outra camioneta.

Quando no meio do enlatado

Se avaria o autocarro.

Toda a gente a buzinar.

- Corra com isso .

Diz um homem

Corra? É mas é uma porra

Estou aqui enfiado

No meio do enlatado

Sem saber o que fazer.

- Bem o melhor será correr,

Quando um bacano a meu lado

Atira uma casca para o chão

Tropeço e enfio a cara numa poça,

- Mas que grande poça, digo eu

Manda a casca para o chão,

E ainda atropela uma moça.

Quando chego à paragem

Já lá está o autocarro.

- Mas que grande sorte

Já não chego atrasado.

A meio metro da porta

O homem arranca,

Ainda corro atrás dele,

Mas  quê, não adianta.

Já farto disto tudo

Faço meia caminhada a pé

E apanho com outro burro

A querer fanar-me o "cachê”.

Com os nervos em franja,

Mando-lhe uma biqueirada,

E ainda lhe ofereço porrada.

Desatou a correr. E eu

Como que se não fosse nada

Continuei a caminhada.

Cheguei à paragem exausto

Mas por sorte apareceu logo o Fausto

( Amigo meu que faz aquela carreira)

Tudo correu bem até á secundária,

Mas ao entrar lá dentro

Foi então que me lembrei

Que não tinha o primeiro tempo.

Mais morto que a própria morte,

Sentei-me num banco qualquer

A olhar o céu, ri-me da minha sorte

E ao pensar no sucedido

Acalmei a minha fervura,

Pois ao invés de um dia perdido.

Tive uma grande aventura .


21/04/1997

Feito a partir do mote "amanhã é dia de escola" foi um trabalho de casa para a cadeira de português

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