Amanhã é dia de escola
Arranjo os livros
Pego na sacola
De mala ao ombro
Lá vou eu
Apanhar o camafeu.
Vou para a escola
Bem sentado
Fones nos ouvidos
Walkman ao lado
Estrada fora Lá vou eu
Dentro do camafeu
O trânsito já aperta
Peço a Deus que não perca
A outra camioneta.
Quando no meio do enlatado
Se avaria o autocarro.
Toda a gente a buzinar.
- Corra com isso .
Diz um homem
Corra? É mas é uma porra
Estou aqui enfiado
No meio do enlatado
Sem saber o que fazer.
- Bem o melhor será correr,
Quando um bacano a meu lado
Atira uma casca para o chão
Tropeço e enfio a cara numa poça,
- Mas que grande poça, digo eu
Manda a casca para o chão,
E ainda atropela uma moça.
Quando chego à paragem
Já lá está o autocarro.
- Mas que grande sorte
Já não chego atrasado.
A meio metro da porta
O homem arranca,
Ainda corro atrás dele,
Mas quê, não adianta.
Já farto disto tudo
Faço meia caminhada a pé
E apanho com outro burro
A querer fanar-me o "cachê”.
Com os nervos em franja,
Mando-lhe uma biqueirada,
E ainda lhe ofereço porrada.
Desatou a correr. E eu
Como que se não fosse nada
Continuei a caminhada.
Cheguei à paragem exausto
Mas por sorte apareceu logo o Fausto
( Amigo meu que faz aquela carreira)
Tudo correu bem até á secundária,
Mas ao entrar lá dentro
Foi então que me lembrei
Que não tinha o primeiro tempo.
Mais morto que a própria morte,
Sentei-me num banco qualquer
A olhar o céu, ri-me da minha sorte
E ao pensar no sucedido
Acalmei a minha fervura,
Pois ao invés de um dia perdido.
Tive uma grande aventura .
21/04/1997
Feito a partir do mote "amanhã é dia de escola" foi um trabalho de casa para a cadeira de português
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